sexta-feira, 3 de julho de 2009

Ontologias na representação do conhecimento organizacional


Comentário de Juraci Dias Rodrigues


Texto de: RIOS, Jocelma de Almeida. Ontologias: alternativa para a representação do conhecimento explícito organizacional. In: Proceedings CINFORM. Encontro Nacional de Ciência da Informação VI, Salvador, Bahia.


Ontologia, termo antigo utilizado pela filosofia e outras áreas, e usado para se referir a uma concepção compartilhada de algum domínio de interesse, e para unificar o processo de solução de problemas relativos ao domínio em questão. As definições encontradas para a mesmo são as mais variadas dependendo da área em questão.
Nas Organizações, uma codificação ou representação formal e explícita promove o gerenciamento do conhecimento, categorizando, descrevendo, modelando, estimulando e inserindo regras e padrões definidos.
O uso de ontologias vêm confirmar que os esforços em torno dos mecanismos de representação do conhecimento (eg. regras, frames, redes neurais, etc.) de nada adiantam, se não existe um bom conteúdo e organização sobre o conhecimento do domínio em que se deseja trabalhar, segundo pesquisas de Chandrasenkaran e outros (1999) apud Oliveira (1999).
Podemos considerar como elementos da ontologia: o conceito, o conteúdo, e as comparações. Dentre as diferentes categorias de uso para as ontologias foram identificadas: a comunicação entre pessoas e organizações; a interoperabilidade entre sistemas e a engenharia de software, na especificação de manutenção e reuso .
Para representação de uma conceitualização compartilhada, é necessária uma linguagem conhecida. Existem hoje muitas linguagens de representação definidas baseadas na do tipo markup, WWW e HTML E XML. De todas a linguagens propostas foi considerada a do XML, apesar de apresentar algumas limitações, como por exemplo a de só descrever gramática.
As ferramentas de apoio a ontologia podem simplificar a criação de metadados para recursos disponíveis na Web, como exemplo: o Reggie Metadata, que é um Editor baseado em Java, desenvolvido no Resource Discovery Unit do DSTC, que exporta para o HTML 3.2, HTML 4.0 RDF; o protege, que é uma ferramenta de interface gráfica, que dá suporte a aquisição de ontologia e conhecimento. Uma outra característica deste editor, é a de contemplar uma arquitetura modulada, a qual permite a inserção de novos recursos, além de possuir código aberto.
O processo de aquisição da ontologia ocorre durante a fase de levantamento de requisitos do desenvolvimento de um SBC, e contempla atividades de definição de propósito e escopo, construção, refinamento, avaliação e documentação.
A experiência com o uso de ontologias no desenvolvimento de SBCs mostra que o aspecto motivacional e a comunicação são os maiores obstáculos para o sucesso do sistema.
Os estudos sobre gerência estratégica da informação são tratados cada vez com mais importância, devido ao crescimento exponencial de fontes de dados, o que dificulta a recuperação da informação.
O uso e a venda da informação cresce mais rápido que o valor tradicional agregado pela produção de bens e serviços. É difícil transformar toda esta informação em conhecimento aplicável por estarem dispersas em bases de dados descentralizadas, e não integradas. Isto causa alto custo de armazenagem, classificação e controle, além de desviar aquilo que não é importante, dificulta a busca do que realmente é importante e valioso.
Em função deste problema surge a necessidade de codificar o conhecimento para torná-lo acessível para aqueles que precisam dele.
Vários estudos vêm sendo feitos no sentido de verificar a conceituação sobre os diversos aspectos de determinado domínio do conhecimento para que possam permitir a troca e reutilização dos mesmos, e ferramentas que tornem isto possível.
As pesquisas sobre ontologia nos mostram que devido ao uso de sintaxe e semântica formal, para a construção das mesmas, definindo conceitos, propriedades e relações de determinado domínio do conhecimento, possibilita a formalização de requisitos complexos gerando uma especificação de softwares o que evita ambigüidades e consistências .
Sem o compartilhamento de uma conceituação do domínio do conhecimento não é possível representá-lo, além de impossibilitar a sua padronização e reutilização.
O mundo real ou parte dele não é possível representar de forma detalhada e minuciosa. Portanto é desnecessário ater-se a detalhes específicos para representar um domínio, pois a armazenagem num repositório de todo o conhecimento de especialistas pode transformar-se num caos informatizado.
Podemos considerar então que a simplicidade é benéfica e almejada na construção de um domínio, mesmo porque qualquer representação de um domínio é apenas aproximação deste. É necessário então limitar o número de conceitos suficientes e relevantes para representar um domínio do conhecimento.
A base do conhecimento construída possui pouco compartilhamento e reuso, uma vez que a máquina de interferência tinha foco genérico e a estratégia para resolver um problema era embutida como parte desta base.
Já, futuramente os sistemas inteligentes irão dispor de bases unificadas de ontologias, e serão construídas, utilizando-se componentes extraídos delas próprias, potencializando o uso e recuperação das informações na gerência do conhecimento organizacional.

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